quinta-feira, novembro 29, 2007

Dias assim . . .

Estive no feriado com uma grande amiga. Desde criança que somos amigos, menos na sétima e oitava série, ao ver dela, quando não estudamos juntos. Mas eu me lembro até de me ter formado com ela. Ué!?
Foi um encontro que anos não ocorria. Pelos antigos caminhos da escola fomos nos lembrando da infância naquela rua. Meu amor da escola, meus amigos, meus dias de criança. Posamos para várias fotografias. Sentamos nos mesmos lugares.
E foi no portão que percebemos que a escola já não é a mesma. Nós não somos os mesmos, ideais tão iguais e tão diferentes. Segredos dispersos. Andamos. Em cada parada uma lembrança. Risos.
Jogamos dama na praça. Sentamos na mesinha dos velhos e cada um com apenas uma peça tinha que chegar ao final do jogo. Mais risos. Eu ganhei, pois começei o jogo, mas a pateta (como eu falei pateta naquele dia) nem tinha notado que eu apenas ganhei por ter começado.
Hoje ela está longe de mim.
Em cada etapa do encontro passamos por lugares que revelaram fases de nossas vidas. E no pátio da igreja eu lembrava de minha inocência de infância. A igreja também não é a mesma. Nem sou mais tão inocente assim.
Pizza! Que delícia! Bebidas, timtim, um brinde à amizade!
Não foi apenas um encontro para uma conversa culta. Perguntas toscas do tipo "Você já mijou na rua?" rolaram soltas. Falamos de tudo sem precauções.
E numa das fotos a bolsa dela caiu e seu espelho quebrou. Como uma pessoa linda pode andar com um espelho na bolsa? Qual é o seu uso? Se sua beleza é angelical.
Abraços e beijos, mais poses. Lembra da foto com o fundo vermelho? Eu disse que parecia com um bordel.
Preciso de mais dias assim . . .

sábado, novembro 10, 2007

Conversas insanas da semana






Primeira: Na estação

- Ah! Você lembra daquele dia na casa do Maurinho, em que nós de tanto pular quebramos a cama dele?
- Hum . . . não!
- Devia ter sido então na sexta ou na sétima série, você não estudava mais com a gente.
- Ei, eu estudei com você até o segundo grau.
- Sei lá! Esquece!

* * *

Segunda: Nos corredores da universidade

- Sabe aquele comercial que tem uma músiquinha, assim: na, na, na, na na na na, na.
- Não, cante mais um pedaço.
- Na, na, na, na na na na, na, na na.
- Ah já sei aquela da solidariedade passe adiante?
- Isso!
- Mas você estava cantando ela errada, por isso não entendi de primeira. Ela é assim, na na na, na, na, na na na na . . .
- Ah é!
- Então . . .
- Então o quê?
- O que que tem a musiquinha?
- Nada é que ela é legal!
- Bah!

* * *

Terceira: Ao telefone

- Alô!
- Oi!
- Bom, o que você quer comigo?
- Ei foi você que me ligou!
- Ah é . . .

* * *

Cada um com a sua insanidade dosada, e eu tomando a minha em seringas de 10 ml !

sábado, novembro 03, 2007

Paragem

Tudo completamente parado.
Os livros nada falam.
O único movimento que vejo é o do vento.
Sinto a tua falta.
Esse silêncio me deixa confuso,
Não sei se devo seguir adiante.
Tenho medo . . .
Medo de deixar-te envolver por alguém como eu.
Eu, que sou um cavaleiro solitário, raramente me apaixono.
Vou levando neste silêncio um coração interrogativo,
Esses livros andam muito calados!
Nada falam.
A velha fotografia da estante precisa mudar de lugar.
Onde, como encaixarei você na minha vida.
Sou como o vento que desgovernado adentra as casas,
Eu entro sem pedir e saio pelos fundos sem ninguém perceber.
Permanecem calados . . .
E eu permaneço agitado,
A calmaria não me ataca.
Tenho medo por você!