sexta-feira, março 30, 2007

Perplexidade mundana

Surpreendo-me em cada vão segundo.
Um amigo morre de forma trágica.
Uma grande amizade constrói-se rápida.
Um amor que deixamos pelo mundo.

Livros que nos encantam e ajudam,
música que traduz o pensamento.
Paisagens pequenas que belas surgem
no caos do cotidiano cinzento.

Saudades da infância perdida,
desejos formados pela paixão.
Promessas são quebradas pela vida.
Lágrimas que nascem do coração.

quarta-feira, março 28, 2007


Voar voar, subir subir ir por onde for
Descer até o céu cair ou mudar de cor
Anjos de gás, asas de ilusão um sonho audaz feito um balão .
Ar no ar eu sou assim brilho do farol.
Além do mais amargo fim simplesmente sol .
O que faz de mim ser o que sou
É gostar de ir por onde ninguém for.
No alto coração!

sexta-feira, março 23, 2007

Desenhos

Eu vi teus desenhos pelo espelho.
Neles estavam o nosso futuro.
Pássaros cantavam em seus ninhos.
A lua alta brilhava, clareando nós dois.
Mas não sou eu que estou no desenho.
Não quero estar neste papel.
Essa felicidade não é minha, não é de ninguém.
Seus olhos, no espelho, são grandes e negros.
Queime estes papéis velhos, amasse-os.
Com as cinzas faça outro desenho.
Mais belo, com outros efeitos, outros enredos
Desenhe o céu pela manhã, sem estrelas.
E flores mais rosas do que nunca.

quarta-feira, março 21, 2007

Paraty


Ruas perdidas horizontes, casas estendidas em linhas retas. Janelas que abrem os sonhos. Flores estendidas pelos telhados. Pedras em cada canto. Rua dos desejos e dos encantos.


terça-feira, março 13, 2007

Leonardo, soldado bem disposto,
Manhoso, cavaleiro e namorador.
A quem o Amor não dera um só desgosto.
Mas sempre fora dele maltratado,
E tinha já por firme pressuposto
Ser com amores mal afortunado,
Porém não que perdesse a esperança
De inda poder seu fado ter mudança.
Camões

sábado, março 10, 2007

Grand Cirque

O palhaço e bailarina viviam numa província distante da capital. Eram amigos enamorados. A que dançava, bela como a lua, tinha nos cabelos as ondas do mar. O que trazia alegria, menino, tinha o brilho das pérolas nos olhos. Os dois se completavam.
Num dia nublado de inverno, surge da capital o Grand Cirque e, junto, um grande mágico. Encantava todos ao seu redor com sua magia. Encantou amigos, mulheres e crianças.
O ilusionista percebeu a beleza da bailarina e a desejou. Num passe de mágica a encantou. Se fez amigo do palhaço e escondeu sua maquiagem e seus sapatos, grandes e engraçados, para que a bailarina não mais o desejasse.
Para a bailarina aquele que fazia rir tinha perdido a sua essência. A vida do palhaço se foi esmaecendo pelo caminho. Ele escondeu-se numa gruta escura no interior da província.
A bailarina agora só dançava para o encantador. Ela já havia se apaixonado pelo ilusionista.
Aquela que baila, certo dia, foi ao encontro do palhaço. Os dois se olharam nos olhos por longos e eternos minutos. Foi como na primeira vez, eles se beijaram . Ela percebeu que estava apenas encantada pelo o que fazia mágicas e que aquele que trazia alegria era o seu amor. Decidiram se amar ali mesmo naquela gruta escura.
Mas o ilusionista não se contentou em perder a sua encantada. Ele a queria possuir mais do que nunca. Deixou-a confusa, típico de um encantador, e na madrugada ele a escondeu em sua casa. Por mais que, aquela que dança, amasse o palhaço ela não possuía forças para a fuga.
Não se sabe o que aconteceu com a bela dançarina, apenas se sabe que o palhaço saiu da pequena província e foi para a capital. Na grande capital pode fugir de seu país num navio onde encontrou uma malabarista, bela e forte como o sol. E o ilusionista seguiu para outra província com o Grand Cirque.

segunda-feira, março 05, 2007

A luz da lua iluminou a minha noite, dizem que eu mudo como a lua, que sou feito de mar. Feito de ondas que vêm e vão no mar infinito esperando a lua que dormirá em meu peito. A lua altera o meu coração, faz-me amar tornando-me feliz. Cada mudança lunar tranforma a minha vida. O eclipse veio apagar o meu passado e CLAREAR o meu presente. Na lua nova eu não pude te ter, as mentiras me afastaram de ti, hoje, lua cheia, vou agarrar cada raio que emana de ti, vou deixar-te em mim e fazer-te mulher. Vamos ser felizes, andarei taciturno pelas ruas, de tão feliz, com você ao meu lado. Lua, luz, sol.

domingo, março 04, 2007

Palavra

Pa.la.vra s.f. 1 unidade mínima da língua, com som e sentido. 1.1 sua representação gráfica 2 manifestação escrita ou verbal 3 doutrina religiosa
Me explique suas palavras.

quinta-feira, março 01, 2007

Surgem as primeiras estrelas no horizonte rosado. E ela acabara de tornar seu banho, seus cabelos molhados cobriam seu colo. Dava para ouvir o som dos pássaros, ela esperava por uma aventura. Parecia que estava se arrumando para sair ou para encontrar-se com alguém. Com seu vestido florido, vermelho, sem alças ela permanecia na janela. Escuta uma música, não consigo identificar, estrangeira. Alisa o sofá suspirando gundo. Quem ela espera? Eu gostaria de saber se tens um amor? Seu olhar vago procura algo. O céu. O paraíso, está proximo. Seus cabelos já secaram e nada. Nada.

Ilusão

Quando a brisa leve da manhã adentrou o quarto eu pude perceber que já era tarde. Susto. Já passava das seis e ela estava com seus olhos cerrados e com a sua respiração leve. Sono. Seus longos cabelos estavam perfeitos jogados em cima de seu colo. Medo. Agora é chegada a pior parte, o levantar. Frio. O ir embora. Desejo. Já não posso mais deixá-la dormir, tenho que ir e me despedir. Paixão. Ainda era manhã de verão. Arrepio. Os sons da madrugada não me deixaram dormir e agora eu ando bocejando entre os carros e pessoas. Barulho. Posso me lembrar de cada momento da noite passada, beijos, abraços e lençóis. Receio. Será que pela tarde ela estará no mesmo lugar de sempre. Apreensão.
A noite passou e eu tenho o dia inteiro pela frente, somente com a sua lembrança na minha cabeça, esperando mais uma vez por você. Ilusão.